O que as grandes empresas de tecnologia têm em comum
Dois homens estavam parados em uma rua em Paris, depois de comer e beber. Nevava. Eles tiveram dificuldade em conseguir um táxi. Nasce a Uber.
Nunca foi tão fácil criar um aplicativo capaz de mudar a vida de bilhões de pessoas. A humanidade alcançou um ponto em que a tecnologia permite gerar o máximo de retorno com o mínimo de esforço.
Essa facilidade, no entanto, normalmente não é percebida. Nós fomos condicionados por toda a vida a respeitar os especialistas – ouvir médicos, advogados e cientistas e aceitar suas recomendações como se fossem fatos. Nós somos expostos a pesquisadores responsáveis por descobrir as “verdades” escondidas do sucesso.
No livro “Fora de Série”, Malcolm Gladwell descreve como Bill Gates teve acesso antecipado e privilegiado aos ciclos de computadores de grande porte para acumular as “mágicas” 10 mil horas requeridas para alcançar a especialidade – muito antes de os mesmos ciclos estarem disponíveis para outros entusiastas e empreendedores.
Há ainda quem tire conclusões sobre os requisitos para o sucesso ao analisar as vidas dos fundadores de sete das maiores empresas de tecnologia do mundo – Apple, Alphabet (Google), Amazon, Microsoft, Facebook, Oracle e Dell -, que, de fato, são permeadas por estranhas semelhanças.
Gladwell destaca, por exemplo, um ano de nascimento comum a muitos titãs da tecnologia: 1955, quando Bill Gates (Microsoft), Steve Jobs (Apple), Eric Schmidt (Google), Vinod Khosla e Andreas Bechtolsheim (SUN) vieram ao mundo – cedo o suficiente para que pudessem atingir o pico de acuidade mental e serem os primeiros a apostar seus recursos na revolução dos computadores pessoais.
Todos eles são todos homens brancos, muitos vindos de famílias privilegiadas e a maioria deles foi a universidades de ótima reputação, incluindo Harvard, Stanford e Princeton. Mas, o que é ainda mais curioso, é que todos eles foram adotados, largaram a universidade ou ambas as coisas.
Jobs foi colocado para adoção por seus pais biológicos e largou a universidade. O mesmo ocorreu com o cofundador da Oracle, Larry Ellison. Jeff Bezos foi abandonado por seu pai, que não soube que o filho havia se tornado um bilionário até ser procurado pelo biógrafo do CEO da Amazon. Os fundadores do Google Larry Page e Sergey Brin largaram o programa de Ph.D. em ciência da computação em Stanford. Gates, Mark Zuckerberg e Michael Dell abandonaram a universidade para correr atrás de seus sonhos.
Claramente, ainda que essas teorias existam, não são elementos como oportunidades incomuns, potenciais questões com o abandono, extenuantes horas de aprendizagem, um ano de nascimento específico ou um senso prematuro de objetivo maior os responsáveis pelo sucesso tecnológico destes ícones.
Quando olhamos hoje para a escala e a complexidade dessas empresas é difícil imaginarmos onde tudo começou, o que cria um senso de admiração e a ilusão cognitiva de algo inatingível. A maior parte do mundo pensa que as inovações fantásticas que vêm do Vale do Silício são criadas com base em toques de mágica. Mas, se olharmos para elas do ponto de vista certo, elas começam a parecer mais normais.
FONTE: http://www.msn.com